Dr. Luiz Carlos Leme Franco Médico Fitoterapeuta Sem recursos e tempo para resolver seus problemas de saúde, o Brasil e outros países, com apoio da Organização Mundial de Saúde, começaram a resgatar a medicina popular e nesta as plantas medicinais ressurgiram com força e vigor. Visando baratear custos e preços e levando em conta o grande potencial em plantas medicinais que o país apresenta, já que dispõe de vasta área geográfica onde estas ervas são nativas, a ex-CEME (Central de Medicamentos), em 1982, implantou um programa para pesquisar as plantas de uso popular existentes no Brasil visando estudar possíveis substâncias ativas que servissem para preparados fitoterápicos científicos.
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Instituiu-se uma comissão que
distribuiu as primeiras vinte e uma plantas em grupos de estudo de acordo com o
receituário do povo, assim distribuídos: O primeiro passo foi nominar corretamente estas plantas com seu nome latino, para que não ocorresse o costumeiro erro de se dar mesmo nome a plantas diferentes ou nomes diferentes a plantas iguais, dependendo do local onde elas estão. Depois elas seriam estudadas por distintos pesquisadores, que diriam se tais plantas atuariam mesmo nos males que a medicina popular apregoava e caracterizariam ou não efeitos adversos e toxidade para, posteriormente, liberarem seu uso em dosagens e formas adequadas. |
Após os exames a que alguns destes vegetais foram submetidos, comprovou-se, por exemplo, que Cymbopogon citratus Stapf, o conhecido capim-cidreira, capim-limão ou capim-santo das estradas, não tem ação sedativa e sim analgésica e que a espinheira-santa (Maytenus ilicifolia Mart), uma celastrácea, é excelente anti-ulceroso para o estômago. Nesta linha de estudos a Mentha crispa, uma espécie da menta = hortelã, é eficiente e eficaz contra protozoários. Ela já é, inclusive, usada isoladamente no medicamento industrializado "Giamebil plus", bem como uma enorme variedade de plantas também o são. Vasto número de produtos oriundos diretamente das ervas do nosso povo e dos índios ancestrais pode ser encontrado sem muita dificuldades. Exemplos da alecrim, valeriana, camomila, maracujá, agrião, etc. Inclusive, muitas ervas tem uso milenar, posto que há citação de várias em papiros do antigo Egypto. Comenta-se muito da californiana Aloe vera (parente da nossa babosa) na cura do câncer, da equinácea como antibiótico, da Cáscara sagrada do oriente como laxativo, da angélica mineira para os problemas hormonais femininos e da Ginkgo biloba, do extremo oriente, a droga mais estudada e receitada hoje no mundo. |
Encontra-se, facilmente em
jornais, revistas leigas e também em publicações da área da saúde uma gama
de artigos sobre plantas Os resultados positivos são tão surpreendentes que já temos indústrias farmacêuticas que oferecem produtos exclusivamente bulados nestas em ervas mágicas, como o paranaense Herbarium; o Lobo Franco, de Santa Catarina; o nordestino Hebron, os estrangeiros Nature's Sunshine (americano), Dr. Dünner / Schwabe, alemães, Dr. Ritter, suiço ou o paulista Klinger e outros. A Organização Mundial da Saúde vem apoiando há muito tempo e com grande expectativa o estudo destas plantas, que universidades tradicionais como a USP, a UNAERP, a UNESP, a de Alfenas (MG), já incluíram fitoterapia (tratamento com plantas medicinais ) em seus currículos e estão a pesquisar ervas curadoras em seus cursos de farmácia. Também já há palestras e cursos sobre ela nas mesas culturais da área da saúde.
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