Ulceração Crônica Vasculogênica

ULCERAÇÃO CRÔNICA
VASCULOGÊNICA

 

CLASSIFICAÇÃO

*Para o tratamento adequado é importante o diagnóstico diferencial das úlceras vasculogênicas:
1. Úlcera Venosa ou de Estase
2.
Úlcera Arterial ou Isquêmica  
3.
Úlcera Arteriovenosa ou Mista 

Úlcera Venosa Crônica ou de Estase

A úlcera de origem venosa decorre da hipertensão sistêmica do plexo venoso superficial, provocando deficiência do retorno venoso.

Corresponde de 60 a 80% das ulcerações dos membros inferiores.

É mais freqüente no terço médio-distal da perna e tem maior incidência nas proeminências ósseas, particularmente, nos maléolos mediais. Apresenta recorrência em 70% dos casos.

A úlcera de estase, geralmente, caracteriza-se por ser superficial, irregular, múltipla, com aspecto de placa eritematosa, emolduração das bordas da ferida e, nas áreas adjacentes à lesão, eczema e hiperpigmentação. O edema é sempre presente, com pulsos pediais, geralmente, palpáveis e é pouco dolorosa.

Úlcera ARTERIAL ou
ISQUÊMICA

O paciente ao ser examinado clinicamente  apresenta ausência de pulsos nas extremidades do membro inferior e pele fria, pálida ou cianótica. É acompanhada de história de claudicação intermitente.

As lesões cutâneas geralmente são profundas, envolvendo músculos e tendões.

Têm maior freqüência no terço distal da perna, com menor incidência nas proeminências ósseas.

Apresenta menor índice de recorrência e, geralmente, são mais dolorosas.

Úlcera arterioVenosa
de origem MISTA 

É úlcera de origem arteriovenosa. Para o seu tratamento é importante definir o fator predominante.

TRATAMENTO
CUIDADOS GERAIS

*A abordagem deverá ser interdisciplinar. Os cuidados gerais do tratamento da lesão vasculogênica tem por objetivo melhorar a drenagem, tais como:  

1. Repouso:
Nas lesões de origem venosa é importante o repouso do paciente, com elevação dos membros inferiores (posição de Trendelenburg).

2. Dieta:
Deve ser balanceada, em especial, para controle de hipertensão arterial sistêmica e obesidade acentuada.

3. Compressão de Ulceração Venosa:
No tratamento da úlcera venosa é indicada a compressão externa, pois além de facilitar o retorno venoso, reduzindo o edema, tende a equilibrar a insuficiência valvular e diminuir a dor. O método de compressão dependerá da necessidade, aceitação do cliente e quantidade de secreção da ferida.

CURATIVOS
ADEQUADOS

*O objetivo é manter a ferida limpa e úmida. A lavagem deverá ser efetuada com solução fisiológica estéril (0,9%), de preferência aquecida à temperatura corpórea e aplicada em jatos.

A indicação do produto tópico a ser utilizado dependerá da fase cicatricial da lesão, quantidade de tecido necrótico-fibrinoso, disponibilidade do produto.

Os produtos a serem utilizados nos curativos poderão ser, por exemplo:
-
colagenase,
-
fibrolisina,
-
alginato de cálcio e sódio,
- hidrocolóide,
-
hidropolímero,
-
carvão ativado,
-
ácido linoléico (AGE),
-
ácido ricinoléico (AGE) e
- sulfadiazina Ag e nitrato de cério.

PARA SABER MAIS...

Consulte o Livro do Feridólogo - Tratamento clínico-cirúrgico de feridas cutâneas agudas e crônicas do Prof. Dr. Luiz Claudio Candido (autor e editor), dezembro 2006, Santos-SP.

 

OXIGENOTERAPIA HIPERBÁRICA

A oxigenoterapia hiperbárica (OHB) é procedimento coadjuvante no tratamento de úlceras refratárias.

A OHB melhora a oxigenação da extremidade do membro, e, por conseqüência, da área afetada, acelera a formação de tecido de granulação e pode colaborar no controle da infecção.