PRIMEIROS
SOCORROS NO
Tratamento de Feridas
*Abordaremos medidas de atendimento de urgência no tratamento de feridas cutâneas mais freqüentes. A conduta correta consiste em lavar o ferimento com água, limpa e na temperatura ambiente. Pode ser usada gaze estéril ou pano limpo para cobrir o ferimento. A lavagem com sabão, às vezes, pode ser prejudicial. Sem critério médico, a aplicação de pomada deve ser evitada. É importante não utilizar produto que possa agredir o tecido lesionado, como, por exemplo, substâncias difundidas na medicina popular: pasta de dente, borra de café, álcool etc. É bom lembrar que lesões complexas devem ser tratadas em ambiente hospitalar, por equipe profissional competente. Corpos estranhos que estão penetrando a vítima, independente do tamanho e localização, devem ser mantidos no lugar e somente removidos no hospital, por profissional capacitado. A remoção de objeto que atravessa parte ou todo o corpo da vítima pode causar sua morte, pois há a possibilidade de que o próprio corpo estranho esteja estancando sangramento interno.
*Fonte
bibliográfica:
Controvérsias
no tratamento
de feridas
Ferimento cutâneo é a perda da continuidade (integridade) da pele. De acordo com sua dimensão poderá deixar o organismo vulnerável à infecção, desidratação e perda de calor. O
ferimento cutâneo pode ser classificado como: FECHADO: a integridade da pele é mantida, podendo provocar, por exemplo, hematoma, seroma etc.
O ferimento cutâneo aberto podem ser classificado como: ABRASÃO: trata-se de escoriação superficial. Esse ferimento, geralmente, é causado pela passagem da pele em cima de uma superfície rígida, como, por exemplo, o asfalto. INCISÃO: trata-se de lesão provocada por objeto cortante, por exemplo, faca ou vidro. De acordo com a sua profundidade poderá ocorrer intenso sangramento. LACERAÇÃO: o ferimento é irregular, dilacera a pele e outros tecidos moles. Ocorre por ação de força externa exercida sobre o corpo. A destruição tecidual pode ser acentuada, favorecendo a necrose e contaminação. LESÃO PUNTIFORME: decorre da penetração de objeto pontiagudo na pele, como, por exemplo, prego ou projétil de fogo. O sangramento externo, geralmente, é pequeno, porém o dano interno pode ser grave. Quando profundo, o risco de tétano é maior. |
É fundamental que o tratamento da ferida cutânea sanguinolenta seja realizado no atendimento de urgência. Em lesões graves o choque hipovolêmico, com perda de consciência da vítima, pode ocorrer rapidamente. Existem
várias técnicas para estancar o sangramento:
Em caso de urgência, poderá ser realizada compressão direta sobre o local da ferida, para controlar a perda sangüínea. Pode ser utilizada compressa, gaze ou pano, com pressão das mãos ou dedos. O curativo realizado para a compressão, quando banhado pelo sangue, não deve ser trocado, pois o acúmulo de coágulos sanguíneos (fator de coagulação) pode auxiliar no controle da hemorragia. Caso haja necessidade de mais gazes, essas devem ser acrescentadas sobre o curativo já existente e, a compressão, mantida sobre a ferida. Quando necessário, pode ser realizada bandagem compressiva da região traumatizada. Quando o paciente está consciente e auto-suficiente, ele mesmo poderá exercer pressão sobre a ferida.
Na vigência de sangramento importante os membros, cabeça ou pescoço traumatizados, podem ser elevados acima do nível do coração da vítima. Essa posição usa a força da gravidade para reduzir a pressão sangüínea e diminuir o sangramento na região lesionada. Durante esse procedimento, a pressão direta sobre a ferida deve ser mantida.
Na ferida sanguinolenta, extensa e localizada nos membros, em que nem a compressão direta da lesão nem a elevação do membro foram suficientes para controlar o sangramento, pode ser necessária a compressão direta sobre a ramificação arterial responsável pela vascularização da extremidade traumatizada.No entanto, a pressão sobre a artéria não substitui o uso concomitante da pressão direta sobre o ferimento e elevação da extremidade do membro, mas, sim, é procedimento adicional para controlar o sangramento. Inicialmente, a pressão sobre a artéria deve ser mantida por aproximadamente 10 minutos. Caso o ferimento continue a sangrar, a pressão sobre a artéria deverá ser mantida. Por exemplo, em ferimento sanguinolento no membro superior, deve ser efetuada compressão na artéria braquial, responsável pela irrigação sangüínea desse membro. Ela é localizada na parte interna do terço médio do braço, logo atrás do músculo bíceps. Outro exemplo, pode ser o sangramento localizado no membro inferior. A compressão deve ser realizada na artéria femoral. Essa artéria pode ser localizada tendo como referências anatômicas a parte saliente lateral do osso da bacia (crista ilíaca) e o púbis. Na metade do trajeto entre esses duas estruturas encontra-se o ponto de compressão.
O garrote ou torniquete hemostático é utilizado no atendimento de urgência de feridas traumáticas sanguinolentas em casos excepcionais. Não deve ser utilizado em acidentes com animais peçonhentos, em particular ofídicos, sob o risco de acentuar a ação do veneno. É aplicado no segmento do membro traumatizado na situação em que o sangramento não cessou após a compressão direta sobre a ferida, elevação do membro e compressão arterial proximal. O seu emprego deve ser criterioso, pois interrompe a circulação sanguínea do membro, no segmento distal a sua aplicação, podendo, inclusive, provocar a necrose. O garrote deve ser posicionado acima do ferimento. Para ser efetivo, deve ter no mínimo 5cm de largura. Pode a sua realização pode ser utilizado retalho de roupa ou o cinto da calça. A cada duas horas, o garrote deve ser afrouxado por 15 minutos, permitindo a perfusão sangüínea do membro. É interessante anotar o horário de sua aplicação e momentos de reperfusão sangüínea do membro. O garrote deve ser monitorizado e visível a qualquer pessoa em todo tempo de sua aplicação.
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A queimadura é lesão cutânea, que pode ser causada por vários agentes: calor, agentes químicos, radiação etc. Esse tipo de lesão pode deixar o organismo exposto ao meio ambiente, favorecendo a perda de líquidos e calor. O objetivo de primeiros socorros em queimadura é diminuir a dor, perda de líquidos e calor, prevenir contaminação da ferida (infecção) e evitar o choque. Pode ser classificada segundo o grau de destruição celular, de acordo com a profundidade e superfície corpórea atingida. Às vezes, numa mesma região, podem existir distintos graus de queimadura.
1. Primeiro grau ou superficial: É caracterizada por eritema e dor. Um exemplo é a exposição solar excessiva, queimadura por água-viva.
2.
Segundo
grau:
3.
Terceiro
grau ou profunda:
O tratamento de queimaduras de 1º e 2º graus na urgência (ambiente domiciliar) tem por objetivo aliviar a dor, banhando a região com água fria (não gelada). Nenhum produto deve ser colocado sobre a área queimada e as bolhas não devem ser rompidas. O paciente deve ser encaminhado ao serviço especializado. A
queimaduras de 1º grau
provocada por água-viva, medusa ou caravela é originada pelo contato
direto das membranas do invertebrado com a superfície cutânea. Esse
contato casual libera substâncias químicas tóxicas, que podem provocar
sensações dolorosas, urticantes, pruriginosas e edema local. Na urgência, tratando-se de queimadura com substância química, geralmente de 2° grau, o local lesionado deve ser lavado, em abundância, com água, por 5 minutos ou mais. Tratando-se de queimadura de 3º grau, o paciente deve ser encaminhado ao serviço especializado.
Queimadura
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No tratamento da ferida traumática, causada por mordedura de animal, os procedimentos realizados no atendimento de urgência são relevantes. É fundamental a profilaxia anti-rábica, especialmente se se tratar de animal silvestre, e verificação da vacinação anti-rábica do animal. A lesão deve ser lavada com água limpa, em abundância.
No atendimento de urgência de lesão cutânea provocada por acidente com animal peçonhento, devem ser realizados os seguintes procedimentos:- lavagem abundante da ferida com água limpa; - manter o paciente hidratado, fazendo-o beber água, e em repouso; - encaminhar o paciente ao serviço médico e, se possível, levar o animal peçonhento para identificação. Em
acidente ofídico é contra-indicado:
Lesões
Provocadas por
Controvérsias
no tratamento Fatores
que interferem na
CURATIVOS
e COBERTURAS
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