FATORES
DE RISCO PARA ÚLCERA DE PRESSÃO
EM PACIENTES HOSPITALIZADOS
Enfermeira MARIA DO SOCORRO MOURA LINS SILVA
Tese
de Dissertação de Mestrado em Enfermagem, |
Trabalho
vinculado à linha de pesquisa |
“Administrar
remédios para doenças que já se desenvolveram... |
Estudo exploratório-descritivo cujo objetivo geral foi o de obter subsídios a serem utilizados na elaboração posterior de um instrumento para avaliar o risco para desenvolvimento de úlcera de pressão em pacientes hospitalizados, que oriente a equipe de enfermagem para o cuidado preventivo, sistemático e individualizado da clientela sujeita a essa entidade mórbida. Foi realizado em um hospital escola do município de João Pessoa ( PB) e teve como população os pacientes acamados, internados na Enfermaria de Clínica Médica dessa instituição, no período de novembro de 1997 a fevereiro de 1998. A amostra, do tipo intencional, foi constituída por 52 pacientes, indicados pelas enfermeiras do setor como sendo de risco para desenvolvimento de úlcera de pressão. Para a coleta de dados foi construído um instrumento em que se buscou abranger as condições predisponentes (ou fatores associados) e os fatores de risco intrínsecos e extrínsecos citados na literatura como estando relacionados à formação de úlcera de pressão, alguns dos quais estavam contemplados nas escalas de Norton, de Gosnell e de Braden, e no Cartão de Pontuação de Waterlow. Esse instrumento foi aplicado à amostra por duas pesquisadoras que, seqüencialmente e independentemente, pesquisavam os prontuários, examinavam e observavam os pacientes selecionados para preenchimento dos dados do formulário. Na análise dos dados, calculou-se o percentual médio de ocorrência das condições predisponentes e dos fatores de risco intrínsecos e extrínsecos e o índice Kappa e seu intervalo de confiança, para verificar a confiabilidade dos resultados obtidos pelas duas pesquisadoras. Como resultados principais, observou-se que, entre as condições predisponentes para o desenvolvimento de úlcera de pressão, predominaram as alterações hematológicas (84,6%) e as alterações nutricionais (80,8%). Entre os fatores de risco intrínsecos, sobressaíram-se a alteração na umidade da pele (78,8%), a alteração do turgor e da elasticidade da pele (77,9%), a idade ³ 60 anos (61,5%) e a mobilidade física parcialmente prejudicada (60,6%). Entre os fatores de risco extrínsecos, predominaram a força de pressão no corpo (80,8%), as condições inadequadas de roupa da cama (72,1%), a mobilização inadequada (67,3%) e as condições inadequadas do colchão (51,9%). Esses resultados reforçam a idéia de que há a necessidade de construção de um instrumento de medida do risco para desenvolvimento de úlcera de pressão que seja sensível e adequado à nossa realidade, e que incorpore fatores não incluídos nas escalas divulgadas na literatura. Clique
aqui para visualizá-lo. Decisão
de estudar os fatores de risco para úlcera de pressão decorreu de minha
vivência como docente do Curso de Habilitação de Auxiliar de
Enfermagem, durante o qual, acompanhando alunos no campo de estágio na área
hospitalar, observava que pacientes com limitações dos movimentos físicos
desenvolvem, com freqüência, úlceras de pressão. Diante desta constatação,
senti necessidade de aprofundar o conhecimento sobre o assunto, na intenção
de adquirir habilidade, segurança e discernimento necessários a uma
assistência qualificada. A
úlcera de pressão é uma preocupação secular dos profissionais que
prestam assistência a pacientes acamados, sendo sua prevenção e
tratamento um desafio para a equipe de enfermagem por ser esta que mantém
um maior contato com o paciente. Vários
estudos foram realizados na perspectiva de melhor entender a origem e
desenvolvimento da úlcera de pressão. Dealey (1996) a descreve como
sendo “uma lesão localizada na pele provocada pela interrupção do
fornecimento de sangue para a área, geralmente provocada por pressão,
cisalhamento ou fricção ou uma combinação dos três.” Tiago
(1996) reforça esta descrição acrescentando que “a pele, o tecido, o
músculo e até o osso sofrem um processo destrutivo pela oclusão da
circulação sangüínea ocasionada pela pressão demorada.” Na
Taxonomia I da North American Nursing Diagnosis Association (NANDA) não
está incluído o diagnóstico de enfermagem úlcera de pressão. No
entanto, observa-se que ele está implícito no diagnóstico integridade
da pele prejudicada – “estado no qual o indivíduo apresenta alteração
na integridade da pele”; e no diagnóstico potencial para integridade da
pele prejudicada – “o estado no qual o indivíduo apresenta risco de
sofrer uma solução de continuidade na pele” (Nóbrega e Garcia, 1994).
Na Versão Alfa da Classificação Internacional para a Prática de
Enfermagem - CIPE (Cruz et al., 1997) úlcera de pressão é definida como
“um fenômeno de enfermagem pertencente a úlcera com as seguintes
características específicas: rompimento da continuidade da superfície
tegumentar com uma base inflamada, diminuição de suprimento sangüíneo
e/ou perda de tecido devido à compressão e fricção da pele entre o
osso e a superfície de apoio.” Na
literatura estudada, observou-se
que os autores às vezes utilizam de modo indistinto os termos úlcera de
pressão, úlcera de compressão, úlcera de decúbito e escara de decúbito
para se referirem a esse fenômeno. Braden e Bergstrom (1987), no entanto,
esclarecem que o termo úlcera de decúbito refere-se às lesões
profundas sobre as proeminências ósseas devido ao confinamento
prolongado na cama, e que o termo úlcera de pressão é definido como uma
lesão em qualquer superfície da pele que ocorre como resultado de pressão.
A úlcera de pressão pode ser causada pela compressão do tecido corporal
sobre a superfície do colchão, cadeira ou aparelho gessado, confirmam
Campedelli e Gaidzinski (1987). Bryant et al. (1992) destacam que o termo
úlcera de pressão é o mais aceito porque é mais acurado e mais
descritivo. Também na Versão Alfa da CIPE (Cruz et al., 1997), o
conceito é utilizado com este significado, justificando-se a utilização
do termo úlcera de pressão neste estudo. A
úlcera de pressão é considerada uma ferida crônica por ser de longa
duração e reincidência freqüente, de cicatrização difícil, apesar
dos cuidados da equipe de saúde. Embora não ameace diretamente a vida,
representa um problema para os indivíduos afetados, uma vez que lhes
acarreta considerável desconforto e influencia no aumento de dias de
permanência no hospital, dificultando seu retorno ao convívio familiar.
Também induz à necessidade de tratamentos cirúrgicos e fisioterápicos,
além de afetar a auto-imagem e auto-estima dos pacientes, levando-os a
evidenciar problemas emocionais, psicossociais e econômicos. A
prevenção da úlcera de pressão é relevante, tanto para o paciente
quanto para o hospital, no que se refere a custos. Várias pesquisas foram
realizadas para comparar o valor de sua prevenção e da cura. Preston
(1991, apud Dealey, 1996) comprovou que um paciente acometido por úlcera
de pressão permanece em média 180 dias no hospital, gerando uma perda de
250.000 libras esterlinas por ano para os cofres públicos no tratamento
desses pacientes. Sabemos também que muitos pacientes deixam de ser
internados devido à ocupação dos leitos, concluindo-se então, que a
prevenção exige um investimento econômico menor do que a cura. Segundo
Bergstrom et al. (1995), existe dificuldade em estimar o custo do
tratamento da úlcera de pressão pelo fato de que muitas vezes elas não
são registradas por não ser o diagnóstico primário do paciente, mesmo
que comumente determine maior morbidade. Este fato dificulta a identificação
de todos os casos e, portanto, o cálculo acurado do custo. Declair
(1997) refere que nos E. U. A., em média, 2,1 milhões de pessoas
apresentam úlcera de pressão por ano, equivalendo a um “custo
hospitalar mensal de 4 a 7 mil dólares por paciente.”
Ainda, segundo a autora, aqui no Brasil não existe uma estatística
precisa do número de pacientes que são acometidos por úlcera de pressão. Às enfermeiras são dadas muitas oportunidades de assistência direta aos pacientes acamados, inclusive a de ajudá-los na prevenção de úlceras de pressão. Campedelli e Gaidzinski (1987) afirmam que, “sendo a escara um problema que se forma com muita facilidade principalmente no paciente acamado e tendo em vista a grande dificuldade na sua cura, o papel da enfermagem torna-se mais importante na prevenção do que na cura.”. Durante
muito tempo a enfermagem carregou a culpa pela ocorrência da úlcera de
pressão, sendo a mesma considerada como resultante de uma assistência de
enfermagem precária. Hoje, a equipe de saúde tem consciência da série
de fatores que podem influenciar a resposta tecidual à pressão. A busca
desses fatores deve ser uma preocupação de toda a equipe, tendo-se como
meta a diminuição ou redução do risco do paciente para desenvolver a
úlcera através da instituição de estratégias de prevenção
apropriadas. No
que diz respeito à enfermeira, Dealey (1989, apud Dealey, 1996) sugere
que dentre suas responsabilidades está incluída a da “prática
atualizada, agindo como coordenadora da assistência, facilitando o uso de
equipamentos, atuando como educadora e elaboradora de rotinas e
procedimentos, bem como envolvendo-se nas pesquisas.” Diante desta realidade, este estudo justifica-se por ser de importância singular para o paciente, para a enfermagem e para o hospital. É importante para o paciente, visto que poderá contribuir para a prevenção de úlceras de pressão, levando-o a um retorno precoce ao seu domicílio. Ao mesmo tempo, o estudo fornecerá subsídios para a sistematização da assistência de enfermagem, colaborando para a unificação da linguagem, facilitando a relação intra e interprofissional, e elevando a qualidade da assistência prestada. Para o hospital, desde que os resultados alcançados sejam efetivamente implantados na prática cotidiana de enfermagem, o estudo poderá contribuir para a diminuição da taxa de permanência dos pacientes e, conseqüentemente, para a diminuição dos custos hospitalares no que diz respeito a material e mão-de-obra. Em contrapartida, contribuirá para um melhor atendimento à comunidade e para elevar o nível de assistência hospitalar.
FATORES-RISCO
INTRÍNSECO A
mobilidade/atividade reduzida,
que pode estar também associada a alterações neurológicas, tais como
paraplegia, hemiplegia, tetraplegia, acidente vascular cerebral (AVC),
contribui para o desenvolvimento de úlceras de pressão. Ela diminui a
capacidade do paciente em aliviar a pressão devido à habilidade diminuída
para mudar e controlar a posição do corpo, o que aumenta a probabilidade
de que ele esteja exposto a prolongada e intensa pressão e, subseqüentemente,
ao desenvolvimento de úlceras de pressão (Braden e Bergstrom, 1987). O
paciente com a habilidade diminuída
para perceber ou responder aos estímulos de qualquer natureza, é
apontado como sendo de risco para o desenvolvimento de úlcera de pressão.
A diminuição da sensação cutânea interfere na percepção da dor. Não
estando consciente do distúrbio associado com a pressão prolongada sobre
a pele, ele não reposiciona seu corpo na intenção de aliviar a pressão.
Até mesmo nos pacientes com a habilidade para mudar a posição do corpo
como os paraplégicos, a sensação de necessidade dessa mudança pode não
estar presente (Braden e Bergstrom, 1987). No
envelhecimento, diversas mudanças
ocorrem na pele e nas estruturas de suporte. Ocorre diminuição da massa
corporal (pele enrugada); diminuição dos níveis de soro albumina;
diminuição da resposta inflamatória; redução na quantidade de fibras
elásticas (que reduz a tensão dos tecidos); colágeno dérmico diminuído
em quantidade e qualidade; decréscimo na adiposidade do tecido subcutâneo.
Os idosos têm diminuição da eficiência do sistema respiratório,
circulatório, renal, muscular, sensorial e nutricional. Por isso, há
unanimidade entre os pesquisadores em indicar o envelhecimento como um
fator de risco para o desenvolvimento de úlceras de pressão (Campedelli
e Gaidzinski, 1987; Bryant et al., 1992; Dealey, 1996; Smeltzer e Bare,
1994). Estudos
têm indicado a má nutrição como um significante fator no desenvolvimento de úlceras
de pressão. A deficiência de proteínas e vitaminas deixam os tecidos
mais susceptíveis à integridade da pele prejudicada, quando expostos a
pressão (Braden e Bergstrom, 1987; Bryant et al., 1992; Dealey, 1996). A
deficiência de certas vitaminas, em particular a vitamina C, que é
necessária à pele para vitalidade e cicatrização tissular,
funcionamento do fibroblasto, formação do colágeno e aumento da resistência
do indivíduo, também contribui para o desenvolvimento de úlcera de
pressão. A vitamina C em quantidades inadequadas contribui para a
fragilidade capilar, ficando os tecidos predispostos a traumas e à
interrupção do fluxo sangüíneo (Hood e Dincher, 1995). Os
extremos de emagrecimento e
obesidade também são levados em consideração. No emagrecimento, a
musculatura torna-se hipotrófica, o panículo adiposo escasso. “Os
pacientes que emagrecem não têm ‘enchimento’ de gordura sobre as
saliências ósseas, e portanto menos proteção à pressão” (Dealey,
1996). Na obesidade, o paciente está com o peso corpóreo em torno de 20%
ou mais do peso ideal, o que provoca um isolamento térmico excessivo, e
pode causar uma redução das perdas de calor normais. Os pacientes obesos
são mais difíceis de mobilizar-se e serem mobilizados e geralmente são
arrastados na cama e/ou cadeira durante a mobilização, o que pode levar
a lesão do tecido (Atkinson e Murray, 1989; Dealey, 1996). De
acordo com Smeltzer e Bare (1994), a anemia,
seja qual for a causa, “diminui a capacidade de transporte de oxigênio
no sangue e predispõe à formação da úlcera de pressão”. Certas
doenças como o diabetes, a
doença cardíaca, a doença vascular periférica causam uma diminuição
no fornecimento de sangue para a periferia, diminuindo a pressão capilar,
provocando má nutrição dos tecidos. Freqüentemente as doenças
modificam as características da pele, como a textura, umidade e turgor (Dealey,
1996). O
uso de medicamentos depressores do
sistema nervoso central, como os sedativos, que são utilizados para
sedação e indução ao sono; os anestésicos que produzem perda da
sensibilidade em todo o corpo devido ao fato de interromper todos os
impulsos sensoriais que vão para o cérebro causando inconsciência; os
analgésicos que são utilizados para o alívio da dor (analgesia)
promovendo relaxamento, levam o paciente a permanecer mais tempo numa
mesma posição, diminuindo também a mobilidade durante o sono, tornando,
assim, os pacientes susceptíveis à pressão prolongada (Asperheim, 1994;
Dealey, 1996). O edema prejudica a circulação e interfere no fornecimento de nutrientes para a célula, levando, portanto, à nutrição deficiente do tecido subcutâneo (Smeltzer e Bare, 1994). |
ANATOMIA
E Pele,
o maior órgão do nosso organismo, tendo em média, no adulto, uma área
total de 2m2, pesa aproximadamente
2,7 Kg, recebe 1/3 do volume de sangue circulante, é ativa, sendo suas
funções vitais para a manutenção dos mecanismos de defesa contra doenças.
É o revestimento do corpo, formando uma barreira protetora contra o meio
externo, ao mesmo tempo em que mantém a homeostase. Secreta e excreta água
e produtos metabolizados, participa da regulação da temperatura
corporal, contém terminações nervosas sensitivas, participando do
feedback sensorial para equilíbrio, proteção contra ferimentos, defesa
contra organismos patógenos, sendo, portanto, indispensável à vida
humana. A pele representa a primeira linha de defesa do organismo e, se
sua manutenção for saudável e íntegra, constituirá uma das barreiras
contra as lesões (Gardner, Gray e O’Rahilly, 1967; Campedelli e
Gaidzinski, 1987; Wysocki e Bryant, 1992). Kreutz
e Silva (1997) referem que, o fato de a pele “nos ser familiar e palpável,
não significa que seja simples e que a conheçamos adequadamente.
Tampouco, que saibamos cuidá-la ou tratá-la dessa mesma forma.” A
manutenção da sua integridade é um processo complexo porque numerosos
fatores influenciam a sua habilidade para prover adequadamente suas funções,
a exemplo da idade, exposição à radiação ultravioleta, hidratação,
medicações, nutrição, danos, entre outros. Benbow e Dealey (1996)
enfatizam a necessidade do conhecimento da estrutura e função da pele
como fundamento, tanto para a prevenção, quanto para os cuidados
eficazes da ferida. Wysocki e Bryant (1992), reforçam essa afirmativa,
referindo que o conhecimento básico sobre a estrutura e função da pele
dá à enfermeira a capacidade para distinguir, baseada em dados coletados
através de entrevista e avaliação do paciente, cada tipo de dano à
pele e, a partir daí, iniciar a prevenção e tratamento apropriado. A
pele possui duas camadas: a epiderme, mais superficial, e a derme,
subjacente àquela. A derme é rica em fibras colágenas e elásticas que
dão à pele a capacidade de distender-se quando tracionada, voltando ao
seu estado original quando a tração é interrompida. É ricamente
irrigada, possuindo uma extensa rede de capilares e nervos. Repousa na
tela subcutânea, que é rica de tecido adiposo. O tecido adiposo varia de
acordo com a parte do corpo, não existindo em algumas. É mais espesso no
sexo feminino do que no masculino e tem como funções impedir a perda de
calor, e fazer a reserva de material nutritivo (Dângelo e Fattine, 1988). A
pele possui também numerosas glândulas sudoríparas, sebáceas e folículos
pilosos. As glândulas sudoríparas estão localizadas na derme ou tela
subcutânea, tendo como função a regulação da temperatura corporal,
porque sua secreção, o suor, absorve calor por evaporação da água,
possuindo também um longo e tortuoso ducto secretor que atravessa a
epiderme, abrindo-se na superfície da pele por meio de poros. As glândulas
sebáceas localizam-se na derme, sendo sua secreção conhecida como sebo,
que serve para lubrificar a pele e os pêlos (Dângelo e Fattine, 1988). A
cor da pele depende da quantidade de pigmentação, da vascularização e
da espessura dos estratos mais superficiais da epiderme. Entre os
pigmentos encontrados na pele, a melanina é o mais importante e sua
quantidade varia com a raça, com a pigmentação após inflamação,
exposição ao calor, aos raios solares e ao raio-X (Dângelo e Fattine,
1988). Após
esta revisão da anátomo-fisiologia da pele, concordamos com Kreutz e
Silva (1997), quando referem que Ainda,
segundo as autoras, ALTERAÇÃO NA INTEGRIDADE DA PELE - ÚLCERA DE PRESSÃO Sabe-se
que o cuidado com a pele do paciente é uma atividade importante da
enfermagem, podendo sua avaliação sugerir integridade da pele
prejudicada: úlcera de pressão, ou risco para úlcera de pressão.
Sparks (1993) refere que a manutenção da integridade da pele é
considerada, no trabalho da enfermagem,
uma necessidade para a sobrevivência humana. O
prejuízo da integridade da pele pode ser causado por diversas condições
fisiopatológicas, degenerativas, ou ambas. A formação da úlcera de
pressão pode interromper funções importantes da pele, ocorrendo quando
é aplicada sobre a mesma uma pressão maior do que a pressão capilar
normal de 32 mmHg (Smeltzer e Bare, 1994; Bryant et al., 1992). Segundo
Declair (1994), “a
pressão exercida por uma força perpendicular à pele, resultante da ação
da gravidade, ocasiona a oclusão do fluxo sangüíneo do paciente que
fica em uma mesma posição no leito. A pressão maior que 25 mmHg oclui o
fluxo sangüíneo dos capilares dos tecidos moles, causando hipóxia que,
se não for avaliada a tempo, evolui para eventual necrose.” Esta
afirmação é compartilhada por diversos autores, entre os quais
destacamos Potter e Perry (1996); Campedelli e Gaidzinski (1987); Camaru e
Camargo (1971, apud Angarten e Santos 1980); Monetta (1988, apud Barbosa e
Silva, 1994); Hood e Dincher (1995); Black e Matassarin-Jacobs (1996);
Dealey (1996); Tiago (1996). A
úlcera de pressão, um dos principais exemplos de integridade da pele
prejudicada, representa uma ameaça direta para o indivíduo, causando
desconforto, prolongamento da doença, demora na reabilitação e alta,
podendo até causar morte por septicemia. A úlcera dá origem a uma perda
notável de proteínas orgânicas, fluidos e eletrólitos, originando uma
debilidade progressiva e podendo permitir, ao longo do tempo, a entrada de
organismos infecciosos como Pseudomonas aeruginosas, estreptococos,
estafilococos, Escherichia coli, localmente e sistemicamente (Kelly, 1985;
Reddy, 1986; Smeltzer e Bare, 1994). Sistemas de classificação de úlceras de pressão foram desenvolvidos para fornecer aos profissionais da saúde um método uniforme e objetivo para avaliação e descrição das manifestações clínicas das mesmas. Young (1997) afirma que um sistema de classificação é útil para planejar os cuidados que serão prestados ao paciente, mas que estes são limitados, uma vez que são aplicados de acordo com “a descrição visual, não representando de forma exata a extensão das lesões nos tecidos.” Essa afirmativa está de acordo com Beyers e Duda (1989), quando referem que “a abertura na pele superficial é quase sempre menor do que o orifício na musculatura subjacente”; e com Smeltzer e Bare (1994), quando ressaltam que uma lesão da pele pode representar somente “a ponta do iceberg”, visto que uma pequena lesão na superfície pode ser extensa no tecido subjacente, a exemplo das úlceras fechadas ou que estão na fase inicial, necessitando, para que sua avaliação seja objetiva, de um desbridamento, isto é, de ser aberta e explorada. A maioria dos sistemas para classificação das úlceras de pressão, observados na literatura pesquisada, avalia a úlcera de acordo com sua manifestação clínica, isto é, profundidade e/ou severidade, indo de eritema à diminuição de toda a parte mais espessa da pele, com extensiva destruição, necrose de tecido, ou dano ao músculo, osso ou estruturas de suporte. De modo geral, esses sistemas de classificação utilizam os critérios estabelecidos pelo National Pressure Ulcer Advisory Panel – NPUAP (Bryant, 1992), entidade norte-americana que discrimina quatro estágios na evolução da úlcera de pressão.
No
estágio I observam-se a epiderme e a derme lesadas, mas não destruídas,
com áreas de eritema bem determinado, de cor “vermelho escuro ou púrpura”.
Segundo Young (1997) “o eritema pode ser descrito como pálido ou não pálido”,
sendo o pálido aquele que empalidece ao toque, mas retorna a vermelho após
a retirada da pressão. A autora afirma ainda que isto acontece devido à
“oclusão capilar e o reenchimento, indicando portanto uma microcirculação
intacta.” O não pálido é aquele que permanece vermelho quando
pressionado, indicando que houve “uma lesão de pressão irreversível
na microcirculação”. O paciente com sensação normal reclamará de
dor na área. Bryant (1992) refere que estas lesões devem ser
consideradas como sinal de advertência, porque elas cicatrizarão
espontaneamente, se realizada intervenção preventiva, tal como correção
do posicionamento do paciente, sua higiene ou força de cisalhamento. No
estágio II a epiderme e derme estão rompidas, podendo envolver o tecido
subcutâneo. A pele encontra-se hiperemiada, com presença de bolhas,
semelhantes a queimadura, que podem ou não estar rompidas. A pele
circunvizinha está vermelha ou escurecida. A úlcera é dolorosa, porque
os terminais de nervos da camada dermal estão expostos. Neste estágio a
cicatrização pode ocorrer com terapia local e intervenção para excluir
o fator causal. No
estágio III a derme e epiderme estão destruídas e o tecido subcutâneo
é atingido, podendo haver presença de drenagem de exsudato, cratera
pouco profunda, pontos de necrose e desenvolver infecção. Neste estágio,
as úlceras poderão cicatrizar por si mesmas, porém o fechamento espontâneo
pode levar meses e resultar em uma cicatriz instável, predisposta à
repetição. Por este motivo, freqüentemente é preferível o fechamento
cirúrgico, exceto se houver contra-indicação. O estágio IV representa destruição profunda dos tecidos. A úlcera encontra-se extensa, havendo penetração no tecido subcutâneo atingindo fáscias e podendo envolver tecido muscular e o osso subjacente, com tecido necrótico, comprometimento infeccioso e drenagem. O risco para complicações, tais como septicemia, osteomielite é muito alto (Bryant et al., 1992; Needham,1993; Smeltzer e Bare, 1994; Declair, 1994; Hood e Dincher, 1995; Tiago, 1996). Para
aplicar esta classificação com segurança, a enfermeira deve saber
identificar a epiderme, a derme, o tecido subcutâneo e diferenciar o
tecido granulado, músculo, tendões e ossos (Young,1997). Cuddigan
et al. (1997)
sugerem uma alteração na taxonomia da NANDA, (Quadro 1) de modo a
incluir Alto Risco para Úlcera de Pressão como subcategoria diagnóstica
de Integridade Tissular Prejudicada. Quadro 1: Recomendações de Cuddigan et al. (1997) para a alteração na Taxomonia de NANDA.
integr.
(integridade), memb. (membrana), u. (úlcera) Ao
percorrer a literatura especializada, encontra-se uma extensa referência
a fatores de risco intrínsecos e extrínsecos para úlcera de pressão.
Clique aqui para visualizá-las. Escala de
Risco de Norton |
Geral: Obter subsídios a serem utilizados na elaboração posterior de um instrumento para avaliar o risco para desenvolvimento de úlcera de pressão em pacientes hospitalizados, que oriente a equipe de enfermagem para o cuidado preventivo, sistemático e individualizado da clientela sujeita a essa entidade mórbida. Específicos TIPO
DE ESTUDO CAMPO
DE ESTUDO POPULAÇÃO
E AMOSTRA A
amostra, do tipo intencional, foi constituída por 52 pacientes, sendo 33
mulheres e 19 homens. No plano de seleção de amostra, observaram-se os
seguintes critérios de inclusão: ser o paciente acamado; estar com a
mobilidade física prejudicada (condição esta imposta por prescrição médica,
por uso de aparelho ortopédico ou por patologias); ser indicado pela
enfermeira do plantão como sendo paciente de risco para úlcera de pressão
e ter mais de 15 anos de idade. Em
relação aos aspectos éticos da pesquisa envolvendo seres humanos, foram
adotadas as recomendações do Ministério da Saúde, na Resolução n.º
196, de 10 de outubro de 1996, em especial o inciso III.3, alínea g
“contar com o consentimento livre e esclarecido do sujeito da pesquisa
e/ou do seu representante legal”; alínea j “prover procedimentos que
assegurem a confidencialidade e a privacidade, a proteção da imagem e a
não estigmatização, garantindo a não utilização de informações em
prejuízo das pessoas”; e alínea n “garantir o retorno dos benefícios
obtidos através da pesquisa para os sujeitos” (Brasil, 1996). O termo
de consentimento utilizado neste trabalho encontra-se no Anexo I. INSTRUMENTO
PARA COLETA DE DADOS Para
a elaboração da segunda parte do instrumento foi realizada uma revisão
da literatura pertinente para identificação e categorização das condições
predisponentes (ou fatores associados) e dos fatores de risco intrínsecos
e extrínsecos relacionados com a formação de úlcera de pressão.
Após a identificação e categorização dos aspectos identificados na literatura estudada como condições predisponentes e como fatores de risco intrínsecos e extrínsecos, tentou-se fazer definições operacionais para ajudar a estabelecer e unificar evidências, e para evitar redundâncias na elaboração do instrumento e, conseqüentemente, na coleta dos dados. Essas definições estão incluídas no instrumento de coleta de dados presentes no Anexo II. Clique aqui para visualizá-lo.Ao
término desta etapa, foi realizado um teste piloto com cinco pacientes,
na clínica médica de um hospital estadual, para avaliar a aplicabilidade
operacional do instrumento. COLETA
DE DADOS Os
dados foram obtidos de múltiplas fontes, tais como resultados de laboratório,
registro da evolução e prescrição médica e de enfermagem, exame físico,
observação e entrevista com o paciente e/ou seu representante legal. A
utilização de fontes de dados objetivos e subjetivos foi necessária
para se colher informações mais completas, o que facilitou o
preenchimento do instrumento. Como
etapa inicial, era solicitado à enfermeira do plantão que indicasse,
tendo por base sua experiência pessoal/profissional, os pacientes
acamados que ela considerava ser de risco para desenvolvimento de úlcera
de pressão. Fazia-se uma leitura prévia nos prontuários e, em seguida,
os pacientes selecionados eram visitados pelas pesquisadoras que se
apresentavam, procurando obter informações acerca das razões do
internamento do paciente, como diálogo inicial. Em seguida, procurava-se
informá-los e/ou os seus acompanhantes a respeito da pesquisa,
fornecendo-lhes todos os esclarecimentos necessários. Após obtenção do
consentimento dos mesmos, iniciava-se a coleta dos dados, através da
entrevista, da observação e do exame físico. Quando o paciente
apresentava alterações de linguagem ou de nível de orientação, o
consentimento era solicitado ao acompanhante e, neste caso, a entrevista
era realizada com este, complementando-se a coleta de dados com a observação
e o exame físico do paciente. O
tempo em que cada paciente ficou à disposição das pesquisadoras foi de,
no máximo, 40 minutos, e os mesmos não demonstraram cansaço ou
desconforto por estar participando da investigação. Em seguida, as
pesquisadoras retornavam à leitura dos prontuários para complementação
de dados, durando esta etapa em torno de 20 minutos. As anotações foram
feitas manualmente pelas pesquisadoras. TRATAMENTO
DOS DADOS De
acordo com Pereira (1995), o índice Kappa “é um indicador de concordância
ajustada, pois leva em consideração, descontando no cômputo final, a
concordância devida ao fator chance.”
Para Contrandiopoulos et al. (1994), a medida simples de concordância
não leva em consideração que “outros acordos possam ser unicamente
fruto do acaso.” O cálculo
do Kappa corrige estas distorções. O seu valor varia de “menos
1”(completo desacordo) a “mais 1” (concordância total); “zero”
indica o mesmo que leituras feitas ao acaso. Para
o cálculo do Kappa foi utilizada a fórmula apresentada por Pereira
(1995); para a interpretação dos seus valores, a sugestão de Pereira
(1995) e de Andrade e Zicker (1997), apresentada no Quadro 6. Quadro 6: Interpretação do Kappa.
FATORES
-
RISCO EXTRÍNSECOS Braden
e Bergstrom (1987) descrevem um esquema conceitual para o estudo da úlcera
de pressão. De acordo com este esquema, a intensidade e duração da força
de pressão no corpo e a tolerância do tecido determinam o
desenvolvimento da úlcera de pressão. Para
Bryant et al. (1992),
existe um relacionamento inverso entre a duração e a intensidade da força
de pressão na criação da isquemia tissular. Uma força de pressão de
intensidade baixa, por um longo período de tempo, pode gerar dano ao
tecido, do mesmo modo que uma força de pressão de intensidade alta, por
um período curto de tempo. Isto está relacionado à tolerância tissular
que pode estar reduzida. A
fricção, apontada como um
importante fator de risco, ocorre quando a pele do paciente se atrita
contra uma superfície, sendo isto freqüente quando ele é arrastado na
cama. A fricção provoca a descamação epitelial e enfraquece a barreira
natural da epiderme (Bryant et al., 1992; Bergstrom et al., 1995; Dealey,
1996). Outro
fator de risco é o cisalhamento, que é uma pressão exercida quando o paciente é
movido ou reposicionado na cama e/ou cadeira. Ao ser puxado, ou ao
deslizar espontaneamente pelo leito ou cadeira, a pele adere à superfície
enquanto as camadas de tecido subcutâneo e até mesmo os ossos, deslizam
na direção do movimento do corpo. A fricção está sempre presente
quando o cisalhamento acontece (Bryant et al., 1992; Declair, 1994; Hood e
Dincher, 1995; Dealey, 1996). A
umidade contribui também para
a gênese das úlceras de pressão. A pele pode estar úmida pela
sudorese, pelas eliminações vesicais, eliminações intestinais ou
drenagem de fístulas ou feridas. A umidade prolongada causa maceração
da pele, reduzindo sua resistência à tração (Smeltzer e Bare, 1994;
Dealey, 1996). A
ausência de rotina na mobilização do paciente acamado é apontada como um fator de risco
para o desenvolvimento da úlcera de pressão. Todos os estudos sobre sua
prevenção deixam bem clara a necessidade de mobilizar periodicamente os
pacientes acamados. Essa mudança de posição alivia a pressão sobre o
tecido e aumenta o fluxo sangüíneo no local. É recomendado que esta
mobilização seja realizada a intervalos de 2 em 2 horas (Bryant et al.,
1992; Campedelli e Gaidzinski, 1987; Smeltzer e Bare, 1994; Dealey, 1996). A
higiene inadequada do paciente
é citada também como um fator de risco uma vez que, sendo realizada,
mantém-se o paciente livre de impurezas, tais como umidade por suor,
diurese, fezes e outras secreções; ativa-se a circulação sangüínea
e, ao mesmo tempo, mobiliza-se o paciente, contribuindo, de maneira
significante, para a manutenção da integridade da pele (Campedelli e
Gaidzinski, 1987). Segundo
Dealey (1996), é necessária uma certa atenção em relação ao colchão
do paciente. Ela refere que o colchão deve ter pelo menos 13 cm de
espessura e, como a espuma tem uma vida útil em torno de 04 anos, o
hospital necessita ter um programa de reposição do mesmo. Ele deve ser
adequado às condições do paciente e seu forro não deve possuir dobras
que favoreçam a formação de úlceras de pressão. Ainda em relação a riscos extrínsecos para úlcera de pressão, alguns autores, a exemplo de, Campedelli e Gaidzinski (1987) e Smeltzer e Bare (1994), observam que deve ser dada atenção à roupa de cama do paciente. Segundo esses autores, os lençóis devem estar sempre limpos, secos e bem esticados. Lençóis com dobras e com corpos estranhos, tais como restos alimentares, alfinetes de segurança, drenos, podem irritar a pele do paciente, favorecendo a formação das úlceras de pressão. |
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Este
estudo teve como objetivos específicos identificar, na literatura
especializada, que condições predisponentes e que fatores de risco estariam
relacionados com o desenvolvimento de úlceras de pressão, e verificar com que
freqüência essas condições predisponentes e fatores de risco se
apresentariam em pacientes acamados, internados em uma instituição prestadora
de serviços de saúde. Foram
estudados 52 pacientes, de ambos os sexos - 63,5% de mulheres e 36,5% de homens;
com média de 62 e mediana de 66 anos de idade; e com média de 18,4 e mediana
de 11 dias de internação. Nesses pacientes, verificou-se que: Vale
ressaltar que os fatores de risco intrínsecos que foram observados com
percentual de ocorrência mais alto estão relacionados com a característica etária
predominante nos pacientes investigados, ou seja, idade ³
60 anos, reconhecidamente uma parcela da população mais vulnerável ao
desenvolvimento de úlceras de pressão, haja vista as alterações orgânicas
decorrentes do envelhecimento. Por
sua vez, alguns dos fatores de risco extrínsecos identificados como estando
presentes na situação de paciente acamado, a exemplo de imobilidade, força de
pressão no corpo e força de cisalhamento, são prevenidos com a estratégia de
mobilização a intervalos regulares - uma das tarefas atribuídas à equipe de
enfermagem; ou com o uso de colchões especiais (de espuma, ar estático, ar que
se alterna, gel, ou colchão d’água), de materiais de posicionamento
(travesseiros ou almofadas de espuma) e de auxílio para mobilização (trapézio). Autores
como Meneghin e Lourenço (1998) afirmam que “úlceras
de pressão são sinônimos de deficiência na qualidade da assistência de
enfermagem prestada.” A nosso ver, afirmativas como essa penalizam
excessivamente a Enfermagem por não levar em consideração aspectos
administrativos e/ou organizacionais dos serviços de saúde que, certamente,
estão envolvidos na questão da qualidade da assistência. Inclui-se aqui a
adequação qualitativa e quantitativa de recursos humanos e materiais para a
prestação de um cuidado de enfermagem livre de riscos para o paciente. É o
caso identificado nesse estudo de condições inadequadas de colchão e de roupa
de cama, cuja solução foge à alçada da enfermagem. Para a maioria de nossas
instituições, esses seriam, lamentavelmente, fatores a serem incluídos em um
instrumento de avaliação de risco para desenvolvimento de úlcera de pressão. Evidentemente,
cabe aos profissionais de enfermagem, que são aqueles que permanecem a maior
parte do tempo ao lado dos pacientes, entre outras responsabilidades, a manutenção
da integridade da pele, sendo necessário para isto, que se estabeleçam
condutas que garantam a ausência ou que minimizem a ação dos fatores que
contribuem para a alteração dessa integridade. Acreditamos que os aspectos
abordados neste estudo são fundamentais para se entender a importância do
conhecimento das estruturas e funções da pele pelas enfermeiras, para que
possam atuar na prevenção de danos à sua integridade. Para garantir uma assistência de enfermagem qualificada a pacientes acamados, tendo como meta a prevenção da ocorrência de úlceras de pressão, tem sido recomendada a utilização de escalas para avaliação do risco a que essa clientela está submetida. A partir da revisão da literatura que foi empreendida, da análise das escalas que estão divulgadas e dos resultados que foram obtidos neste estudo, temos reforçada a idéia de que há a necessidade de construção de um instrumento de medida desse risco que seja sensível à nossa realidade e que incorpore fatores identificados com uma freqüência significativa e que não estão contemplados naquelas escalas.
sensível à nossa realidade e que incorpore fatores identificados com uma freqüência significativa e que não estão contemplados naquelas escalas. 1.
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